quarta-feira, janeiro 26, 2005

Haja quem nos Governe

Passei os olhos pelo jornal, e constatei que o Governo se manifestou convicto de que o défice orçamental de 2004 ficará abaixo dos três por cento do Produto Interno Bruto (PIB), apesar do agravamento do subsector Estado em 10,1 por cento, segundo números conhecidos ontem..
Parecem-me previsões demasiado optimistas, apesar de eu ser um leigo na matéria.
O executivo laranja está a tentar mostrar serviço, coisa que durante estes 6 meses de liderança de Pedro Santana Lopes, nunca conseguiu, umas vezes há que reconhecê-lo, por falta de sentido de orientação, mas na maior parte das vezes, por ter estado amplamente limitado por pressões vindas de todos os lados e de todos os sectores (públicos e privados).
Mas o que se nota, é que a oposição tenta simplesmente aproveitar esses 6 meses de "desnorte", querendo apagar o resto que de bom foi feito no tempo de Durão Barroso.
De facto, foi feito um trabalho de fundo, extremamente complicado e sobretudo impopular.
É obvio que poderia ter sido feito mais, nomeadamente ao nível das reformas estruturais, mas a verdade é que havia problemas prementes por resolver, e talvez numa segunda legislatura pudesse haver margem de manobra para avançar noutros campos..
Muito se tem escrito acerca das semelhanças entre José Sócrates e António Guterres.. ora neste momento, nada mais trágico podia acontecer caso o PS chegasse de novo ao poder.
Era uma espécie de regresso a um passado recente que deixou o país em ruínas, usando uma expressão que ficou célebre, diria que o país "ficou de tanga".
Portanto, era mesmo só o que faltava termos de novo os socialistas/despesistas no Governo..
Com Sócrates, virá (não surpreendentemente) a mesma "cambada" de notáveis do PS, que se colaram ao Secretário Geral mal lhes cheirou a poder.. Figuras como Jorge Coelho, João Cravinho, Oliveira Martins, Braga da Cruz, José Lello, Alberto Martins, Santos Silva, Jaime Gama, etc..
Não me parece que o Partido Socialista tenha capacidade para tirar o país da situação em que se encontra, aliás, parece-me que o mais provável, é que se instale a política do tacho, e de governar sem criar grandes "ondas", arrastando e afundando cada vez mais o nosso burgo..


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