O receio, que eu queria o teu relógio
O receio, quando te pergunto as horas sentado no passeio
Com essa expressão não me consegues enganar
Leio na tua cara tudo o que estás a pensar
Na minha testa vem escrita a palavra perdido
Mas qual de nós os dois será exactamente o mais esclarecido?
Aquilo que a tua mente censura é a expressão de uma culura
Tentaram abafá-la, mas ela perdura
Tudo o que tu vês fazer e que depois te limitas a repetir
Sem sequer te dares ao trabalho de parar e reflectir
Tudo o que te ensinam na privada, jaula dourada
Onde por bons rapazes a menina foi violada
Tudo o que a mamã (que a trata por você desde bébé)
Lhe disse sobre a escumalha, sobre a ralé
Tudo isso é verdadeiro como um O.V.N.I. de Marte
Enquanto aquilo que eu te trago é um pedaço de arte
Estranho, mas eu apanho que algo em mim te dá tesão
Mas é tão difícil aceitar essa sensação
Imaginas por momentos como seria
Se te aventurasses a fazê-lo quem sabe um dia,
Se conseguisses experimentar sem ninguém dar por nada
Na volta davas uma queca bem suada
Deixava-te virada, estás a delirar, com certeza
Pensa só numa mistura dessa natureza
Passam-te pela cabeça as ideias mais tontas
Deixa as aventuras para a pocahontas
Afinal de contas...
Nem devias estar sozinha a esta hora
Mas a tua amiga normalmente não se demora
E agora só te apetece dar um grito
Um breve momento passa a ser infinito
Vai com calma, não quero que tenhas nenhum enfarte
Relaxa e aprecia este pedaço de arte
Eu não quero nada de ti, nem de mão beijada
Fiz-te uma simples pergunta, mais nada!
O preconceito espelhado na tua face
Foi suficiente para que eu desde logo me assustasse
É irónico, mas enojas-me, mais do que eu a ti
Bastou-me um segundo e logo, logo percebi
Nasci ontem mas passei a noite acordado
Conheço bué pessoas, de facto sou licenciado
Numa escola a que nunca terás acesso
Nem todo o dinheiro do mundo chega para o teu ingresso
Guarda o teu medo e segue lá o teu caminho
Só queria saber se ainda tava a dar o Marinho
Hoje quero ir ouvir um som doce como uma tarte
E deliciar-me com mais um pedaço de arte...
Peguei neste pedaço, mas com tudo o que é preciso
Desde palavras e sons, até mesmo um improviso
Puro como água, doce como uma tarte
Faz então a tua porque eu já fiz a minha parte..
1 comentário:
Puto P, a Rockar..
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